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A   Prefeitura   de   São   Luís   montou  uma   vasta   e   diversificada programação para celebrar os 410 anos de fundação da capital. Além dos shows que tiveram início no último dia 05, também integra a lista de eventos a Procissão dos Orixás, que há mais de cinco décadas é organizada pela Federação de Umbanda e Culto Afro Brasileiro do Maranhão– Fucabma – presidida por Biné Gomes, em parceria com a Associação de bumba boi do Maracanã e o vereador, que também é pai de santo – Astro de Ogum - como forma de homenagear a capital maranhense, Dom Luís Rei de França, entidade que se inspira no rei que deu nome à Ilha, e Nossa Senhorada Vitória, padroeira da cidade.

O evento cultural religioso reúne pessoas ligadas de alguma forma àcultura   negra,   ou   pela  convivência   e   práticas   religiosas  ou   pelo estudo  em   variados  campos   do   conhecimento,   tais como   história,sociologia, antropologia, turismo e cultura de modo geral. A concentração será  em frente ao Palácio La Ravardiere,  sede do Executivo Municipal de   onde   sai  e   segue   percorrendo   as   ruas   do  centro histórico com destino a igreja do Desterro. 

EMENDA PARLAMENTAR- A Procissão dos Orixás tem sido vista nos últimos anos como uma ferramenta  de identificação dos descendentes dos povos negros que ajudaram a construir o Brasil e a cidade de São Luís que ao longo dos mais de quatro séculos tem se tornado referência ao culto afro no Brasil.

O encontro dos adeptos da religião de matriz africana acontece há mais  de meio século e é vivenciado também por turistas, professores, pesquisadores e estudantes. A cerimônia finaliza com uma salva de tambor  na porta da igreja demonstrando o avanço sincrético entre as religiões. 

Incorporada   ao   calendário   das  festividades   que   celebram   o aniversário  da   cidade,   em   2000,  desde   que   assumiu   uma   das cadeiras no parlamento ludovicense, a realização da procissão pela federação vem acontecendo com a ajuda do edil, que é patrono de honra da entidade, que em outrora foi presidida por ele. 

FORÇA DO CULTO AFRO-

Conhecida também como terra da encantaria, São Luís é uma das capitais  do   Brasil   onde   o   culto  às   religiões   de   matriz   africana   é bastante   forte   e   tem   sido   objeto  de   estudo   de  pesquisadores   do mundo, que procuram entender este fenômeno tanto na Ilha quanto em outras cidades do interior. Para  quem   não   sabe   ou   não   entende   muito   “encantaria”,   é   uma
forma de manifestação espiritual e religiosa afro-ameríndia praticada sobretudo no Piauí, Bahia, Maranhão e Pará. 

Pode estar associada a diversas religiões   presentes   nesses   estados,  como   a   Pajelança   ou Cura, o  Terecô   (Mata   ou  Encantaria   de  Maria   Bárbara   Soeira), o Babaçuê e o Tambor de Mina. Diferente da Umbanda, na qual as entidades são espíritos de índios, escravos que desencarnaram e hoje trabalham individualmente (geralmente usando nomes fictícios). 

Na Encantaria, os encantados não são necessariamente de origem afro-brasileira e não morreram e, sim,  “encantaram-se”, ou   seja,  desapareceram  misteriosamente, tornaram-se invisíveis ou se transformaram em um animal, planta, pedra ou até mesmo em seres mitológicos e do folclore brasileiro como sereias, botos e curupiras.

Na Encantaria, as entidades estão agrupados em famílias e possuem nome,   sobrenome   e   geralmente  sabem   contar   a   sua   história   de quando viveram   na   terra   antes   de  se   encantarem.   Encantaria também pode se referir aos lugares onde tais entidades vivem.
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