E-mail : acapitalslz@gmail.com

Em 2012 a população de Timon, através de nosso grupo político, venceu as eleições municipais. Tivemos nesse período a presença de muitas pessoas que torciam por nós, como o ex-governador Eduardo Campos, o atual presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, o ex-deputado e hoje governador Flávio Dino, e o na época deputado Weverton Rocha, hoje senador, além do apoio de muitas pessoas da política.


Em 2014, já prefeito da cidade, apoiamos o candidato a governador Flávio Dino, e em 2016 fui candidato a reeleição e tivemos parcerias importantes no município com o atual governador. As boas parcerias sempre ocorrem com a contribuição de ambas as partes e obras estruturantes como o Ginásio de Esportes da avenida Teresina, o CAIC onde hoje funciona o Colégio Militar, a nossa bela CEASA como tantas obras, só foram possíveis porque cuidamos em quanto prefeito de elaborarmos os projetos e buscar por meio do dialogo formas que pudessem transformar esses projetos em ações, e essas ações em obras concretas.

Muitos da política achavam que não venceríamos as eleições de 2016, quando fui candidato a reeleição, mas conseguimos, e na eleição seguinte em 2018, pra governador, apoiamos novamente o atual governador que teve uma votação ainda maior, como também apoiamos na época o ex-governador Zé Reinaldo a senador, por gratidão pelo que ele fez pela cidade e por reconhecimento do seu sacrifício no contexto da política do Maranhão.

No mesmo pleito demos apoio ao atual senador Weverton Rocha que conseguiu ser o senador mais votado na cidade, tendo inclusive quase o dobro de votos do candidato a senador local, o ex-deputado Alexandre Almeida, que dois anos antes tinha disputado comigo a eleição de prefeito em um plebiscito, quando tivemos quase 11 mil votos de frente, em uma cidade que passava de 100 mil eleitores.

Durante esse período enfrentamos uma grande disputa interna no PSB com o senador Roberto Rocha, que em 2014, apoiado pelo nosso grupo, também foi o mais votado.  Roberto era filiado ao partido ao qual sou filiado quase 20 anos. Mantivemos nossa posição por entender que mesmo sendo eleito em nosso campo político já não tinha mais conosco os mesmos propósitos e não ajudou a nossa cidade. Me recordo de um fato político quando arrisquei inclusive a condição de presidente do partido no Estado, quando na defesa do nome do deputado Bira a prefeito de São Luis, destitui o senador da República da comissão provisória de São Luis e nomeei o deputado federal Zé Reinaldo, este apoiado por nós em 2014 e sendo o mais votado da cidade, vencendo inclusive o deputado federal de mandato da cidade, o ex-deputado federal Sétimo Waquim.

A política, de todas as artes, é a que mais revela o caráter das pessoas.  Em 2020 tivemos eleição, onde nosso grupo político apresentou o nome de uma pessoa simples, professora, filha de um vaqueiro e de uma professora leiga, que com muito esforço conseguiu se formar e passar em dois concursos públicos, se elegeu vereadora e foi secretaria de educação durante dois os mandatos em que fui prefeito de Timon.

Um fato muito curioso me chamou atenção, antes das eleições de 2020, um funcionário do estado e Coronel da Polícia Militar foi enviado a cidade de Timon, e teve de mim, como prefeito da época, todo o apoio para criarmos projetos em parceria, em nome da segurança pública. Mas existia ali uma grande articulação por trás para que o mesmo pudesse enfrentar o nosso grupo, tendo muito apoio de pessoas do governo Estado e muita visibilidade na mídia. Um certo dia chegou-me à informação que iriam tirar o Coronel da cidade, e neste momento entro em contato com o governador Flávio Dino e o mesmo me disse que o Coronel sairia do comando de Timon por práticas indevidas de um profissional da segurança pública. Entendi naquele momento que o governador sabia do que estava falando e o Coronel foi arrancado do comando.

Os planos programados pareciam ter levado um balde de água fria, mas sabemos que na política por muitas vezes algumas pessoas não levam em conta isso, e o Coronel que vivia pedindo para que o ajudasse na sua promoção para Coronel fechado, passou a ter o apoio integral do vice-governador, a quem apoiamos na chapa de Flávio em 2018. Criaram até um cargo para ele ficar na região, enfim o tempo passou e as eleições foram se aproximando, quando começam a surgir rumores de que o Coronel, afastado de Timon por práticas indevidas pelo governador Flávio, iria se filiar ao partido do vice-governador Carlos Brandão.

Nesse momento entrei em contato com o vice-governador e perguntei se o mesmo sabia dos motivos que levaram ao afastamento do coronel do comando, e ele me disse que sabia e que o mesmo não se filiaria. Acreditei na boa fé do vice-governador por entender que ele não comungava com aquele tipo de atitude de um Coronel da Polícia Militar.

O tempo passou e o Coronel se filiou ao partido de Brandão na época e saiu candidato a prefeito com o apoio velado do vice-governador, que inclusive na última semana da eleição tentou convencer por meio de um intermediário que a candidata a prefeita Socorro Waquim desistisse para apoiar o Coronel, o que não aconteceu. Ao final do pleito eleitoral pela vontade de Deus e do povo vencemos as eleições por apenas 375 votos em um colégio eleitoral de mais de 107 mil eleitores.

No começo deste ano concedi uma entrevista na TV Mirante e externei a minha opinião ao dizer que o vice-governador, com todo respeito que tenho a sua pessoa, se articulava mal a começar pelo partido que ele se filiava, pois o mesmo não era do mesmo campo político do governador a quem ele quer suceder.

O PSDB, atual partido do vice-governador é um partido que respeito, mas na atual conjuntura política nacional ia de encontro ao defendido pelo governador Flávio Dino sendo este um dos nomes cotados a candidato a presidente da República. Flávio inclusive foi um dos muitos nomes da política nacional que se manteve na defesa do ex-presidente Lula, enquanto na contramão o PSDB era um dos partidos que mais atacava Lula. Ter o vice-governador filiado a este partido é no mínimo uma atitude muito estranha para quem deseja suceder um governador que possui visão política e democrática completamente diferente dá pregada pelo seu atual partido. Soube inclusive que o vice-governador já procura sair do PSDB, isso para tentar ir para algum partido que seja aliado ao campo político do ex-presidente Lula.

Tenho certeza que nessa época não passava na cabeça do vice-governador que Lula teria as decisões judiciais que o possibilitariam ser candidato a presidente e o mesmo enxergou na época o governador de São Paulo como o próximo presidente. Continuei a entrevista e disse que o vice-governador se articulava mal, não tinha o apoio do presidente da Assembleia, do presidente da FAMEM, da maioria da classe política e não reunia as condições que o Maranhão precisa para ser um governador de estado.

Disse ainda que é preciso ter relações e muita desenvoltura para conseguir unir as pessoas e trabalhar para conquistar mais coisas para o estado.  Lembrei-me da história do Coronel, na cidade de Timon e vi que ele poderia fazer o mesmo com Flávio na intenção de ter seu apoio. Geralmente na política quem não anda com as próprias pernas e não tem musculatura própria, acaba enganchado no “muncubo” alheio, só fica esperando a oportunidade para trair e a história comprova bem isso.

Imagino quanta pressão o companheiro de partido (PSB) e governador Flávio Dino deve estar levando, sabendo que o seu vice com a boca aberta e salivando para sentar na cadeira de governador somado aos muitos secretários de hoje que serão candidatos a deputado, mas que desejam se manter em seus cargos quando Brandão assumir o governo em meados de abril de 2022.

Não é fácil para o governador ter que conter a perspectiva de eleição de muitos aliados que serão candidatos pela primeira vez e de outros que só conseguem se eleger se tiverem “montados na canga” do estado, não é fácil,  por isso tenho a impressão de que as declarações do governador na última reunião com a classe política para tratar de sua sucessão,  por mais que muitos não admitam, foram para conter prejuízos na sua governabilidade ao final do mandato que por duas vezes ajudamos a construir, tendo eu como presidente estadual do PSB nas duas ocasiões que o governador Flavio Dino foi candidato, assim como tantos outros presidentes de partido e políticos de todo o estado.

Na cidade de Timon desde as eleições municipais temos recebido investidas contra nosso grupo com um claro propósito de prejudicar a prefeita eleita na cidade de Timon. A primeira foi o rompimento do deputado Rafael, que dificilmente teria tido se quer um mandato de vereador na cidade, imagine de deputado estadual, a história do “mucumbu” já mencionada por mim aqui neste texto cabe a ele que teve dois mandatos de deputado estadual às custas do sacrifício de muitos companheiros e por termos uma posição muito definida pela candidatura a governador do Maranhão do senador Weverton, que faz parte do mesmo partido que ele.

Rafael, assim como a maioria dos que tem um preço, começou a ter por parte de pessoas do governo do estado muitas regalias, mais que outros deputados, mas isso na minha visão em nada lhe confere uma garantia de vitória nas próximas eleições. Na verdade, analisando bem, creio que em Timon, se ele tiver 5 mil votos estará muito bem votado, e não falo isso porque sei mais que os outros, falo porque conheço o povo de nossa cidade e por isso sei que eles não comungam com os portadores da traição.

Ter posições políticas e mantê-las no atual cenário político é mais que importante, é essencial. Quando acusavam o ex-presidente Lula de corrupto, de responder processos, de ser ficha suja o vice-governador Carlos Brandão queria distância, mas agora que a justiça de fato foi feita revelando a inocência do ex-presidente o vice-governador busca tê-lo por perto e isso não é posição política, a mim isso parece mais desejo insaciável pelo poder.  Mas posição política tenho e sempre terei e se por ventura Brandão estiver arrumando as malas de fato para o PSB, se ele for um político de verdade e jogar de igual para igual, sem pressionar o governador Flávio, sem querer resolver por cima por meio da Executiva Nacional do partido, executiva esta da qual sou membro, afirmo que participarei com ele das prévias partidárias de igual para igual, por que uma das coisas que o partido que estou  filiado há 20 anos sempre fez e por isso permaneço nele é de sempre ser muito aberto nas disputas internas.

Não sei se ele conhece o estatuto do partido e o regimento interno, acho bom que se tiver pensando em vir, esteja atento e mais uma vez afirmo que não vale apelar para o presidente nacional, por que sou pequeno nesse contexto haja vistas que hoje não exerço nenhum mandato político, mas de uma coisa eu não fujo e todos que me conhecem sabem bem, que é do bom e importante debate.

Diante de tudo já dito anteriormente e devido a todo esse clima criado pelo vice-governador e para não criar dificuldades para o companheiro de partido e governador Flávio Dino,  decidimos em quanto grupo político que somos, entregar os cargos do Estado que aqui ocupamos afim de que os novos aliados do vice-governador não prejudiquem os serviços prestados, principalmente na saúde pública já que é público e notório que seus aliados aqui na cidade estão cada dia com a sede pelo poder ainda mais insaciável. Espero que ao ocuparem esses cargos possam assim se acalmar e buscarem entender que acima de tudo está a população.

Quanto as eleições que se aproximam finalizo afirmando que nosso grupo continuará como sempre e estaremos firmes no apoio ao amigo Flavio Dino em sua eleição ao senado, assim como fizemos em 2018 ao apoiarmos o companheiro Weverton e o companheiro Zé Reinaldo, mesmo sabendo que havia na chapa majoritária de Flavio a companheira Eliziane Gama também candidata ao senado, mas que não teve o apoio de nosso grupo político. Quero inclusive fazer aqui um reconhecimento mais que merecido pois a mesma muito positivamente nos surpreendeu como senadora da república e espero sinceramente que Deus possa conceder a ela vida e sabedoria para que em sua reeleição possamos juntos ajudá-la a vencer, desta ver com nosso apoio e o reconhecimento do povo e com a permissão de Deus.

Encerro rogando a Deus para que possa iluminar os nossos caminhos e do companheiro Flávio Dino dando-lhe sabedoria para conduzir as coisas da melhor forma.

Que Deus abençoe o nosso povo, que Deus abençoe o nosso Maranhão.

Ex-prefeito de Timom; Membro da Executiva Nacional do PSB.

Por Luciano Leitoa

Compartilhe